segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Me-teru no kimochi, o amor tudo supera








Japão atual. Há 15 anos Koizumi Shintaro vive recluso em seu quarto. Chocado com a morte da mãe e culpando o pai, ele não saiu do quarto por todos esses 15 anos. Hoje, aos 30, nada mudou. Todos os dias, seu pai, Yasujirô, traz seus mangás e suas refeições, até que um dia ele decide trocar algumas palavras com Shintaro, na esperança de levá-lo para fora de seu quarto (em vão, é claro). Cansado de suas trocas verbais, Shintaro desafia seu pai a encontrar uma namorada e em troca, promete deixar seu quarto caso ele consiga.



Yasujirô concorda em embarcar nesta tarefa, mas já entra com uma vantagem: já faz alguns meses que ele está namorando uma mulher chamada Haruka. Recusando-se a princípio não misturá-la com seus problemas, ele finalmente decide apresentá-la a seu filho. Mas, como era de se esperar, este último se recusa a sair de seu quarto, pensando que tudo não passa de uma mentira. Os dias passam e os dois pombinhos decidem se casar. A cerimônia acontece e eles voam logo após sua lua de mel. Nada muda para Shintaro, nem mesmo a morte de seu pai. De fato, o velho morre poucos dias mais tarde, após um câncer. O rapaz então encontra-se completamente sozinho. Bem, isso sem contar com a gentileza de Haruka, que finalmente decide cuidar dele!
-Meu precioso!
Me-teru no kimochi foi um mangá muito odiado pelos fãs de Gantz, muito antes de seu lançamento, pois para publicá-lo, o autor Hiroya Oku teve que parar sua famosa obra por alguns meses e dar início ao seu novo romance em mangá, deixando a todos sem saber o porquê.
E para quem pensava que Hiroya era um cara de histórias incomuns, depois de uma espécie de personagens hermafroditas,  homossexuais e caçadores de aliens, ele nos trás dessa vez um hikimomori, um jovem que se confinou em seu quarto. Se isso realmente é um problema social no Japão, com certeza não é no Brasil. E aí talvez esteja o problema da história não ter vingado por aqui, fazendo-nos passar um pouco por cima da mensagem do autor.

Com esse mangá, Oku retorna ao seu primeiro amor, contando apenas um drama com pessoas normais, longe de toda a ficção-científica de Gantz. A história gira em torno da re-inserção de Shintaro na sociedade, seguindo-o passo a passo. Um mangá para jovens adultos com um pouco de comédia e belas cenas eróticas.
O fato da personagem Haruka decidir ceder aos desejos de Shintaro para evitar conflitos ou fazê-lo voltar a ser anti-social talvez tenha sido o erro do mangá. A falta de realismo dos personagens... Ninguém levanta a voz, ninguém se ataca de raiva. Talvez se alguém puxasse o garoto do quarto e lhe dissesse umas verdades para que ele tomasse vergonha na cara e fosse procurar um emprego, ou talvez se Haruka fosse menos passiva que os Ursinhos Carinhosos e tomasse as rédeas da situação, talvez a história pudesse seduzir mais o leitor. A história acelera no volume 3 e não entendemos porquê a Haruka não se defende do Shintaro como deveria. E então tudo termina de um jeito brochante, deixando muitos sem entender o que aconteceu após a cena do restaurante onde ele corre atrás dela para agradecê-la por tudo.
É você, Kei?

Esse entra pra lista dos mangás que só mesmo os grandes fãs de Hiroya Oku irão gostar independente de qualquer coisa, assim como HEN, porém, com o atributo a mais do belo traço do autor.


Publicação: Agosto de 2006 - Março de 2007
Editora: Shueisha
Nome em japonês: め~てるの気持ち
Status: Completo
Categoria(s): drama, ecchi, romance, seinen
Scan: Chrono Scanlator


Fonte: Gantz Otaku
Tradução e adaptação: Alvarock

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